PALAVRA DO PÁROCO

Setembro – Mês da Bíblia

A Igreja Escolheu setembro como o mês da Bíblia porque no dia 30 comemoramos São Gerônimo que foi um grande biblista e traduziu a Bíblia dos originais (grego e hebraico) par ao latim, que era a língua falada da época. Para nós no Brasil, desde 1971, setembro tornou-se o MÊS DA BÍBLIA e desde 1947, no último domingo do mês é comemorado o DIA DA BÍBLIA. A Bíblia é o livro mais vendido, distribuído e impresso em toda a História da humanidade. Mais do que história, a bíblia é portadora de uma mensagem.

Mas qual é a origem da Bíblia? Para que serve? Como deve ser lida? Como rezar com a Bíblia? São perguntas que procurarei responder nesse artigo, sem a pretensão de esgotar o assunto, mas com a esperança de levá-los a amá-la como fonte de vida.

Como surgiu a Bíblia? Ela nasceu no meio do povo hebreu, no tempo de Abraão, na terra de Canaã, que em seguida chamou-se terra de Israel e bem mais tarde Palestina. A palavra Bíblia provém do grego biblos e significa livros, o que demonstra que a Bíblia não é um único livro. Assim, quando usamos hoje a palavra "Bíblia" nos referimos a um conjunto de livros. Nela estão agrupados 73 livros.

Os livros que a compõem foram escritos por homens, mas inspirados por Deus.

 “toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra” (2Timóteo 3, 16). Ela serve para que as pessoas creiam em Cristo (João 20, 30 – 31), para ajudar os cristãos a caminharem (Salmo 118(119), 105) e para nossa instrução (1Coríntios 10, 11)
No entanto, não basta conhecer a Bíblia, é preciso coloca-la em prática de maneira fiel e criativa (Tiago 1, 22). A Bíblia precisa tornar-se fonte da nossa força, luz de nossa caminhada e objetivo de nosso trabalho.

A Bíblia não deve ser lida como se estivéssemos lendo um livro qualquer, mas sua leitura exige respeito, humildade, prudência oração e abrir o nosso coração para aquilo que Deus nos diz através dela.

Frei Patrício Sciadininos nos apresenta uma maneira de rezar com Bíblia “...deve ser lida: lenta, atenta e amorosamente”. Ele explica cada uma delas:

1. Lentamente: não somos acostumados a ler lentamente. Hoje temos quase uma “voracidade compulsiva” em ler muito. Há, poderíamos dizer, um “engordamento artificial” de idéias que não conseguimos digerir. É muito importante na oração evitar essa fome de palavra, devemos ler lentamente, quase saboreando as palavras, repartindo-as como se fossem uma fruta que queremos saborear e não apenas engolir;

2. Atentamente: prestar atenção ao que se diz ou se lê. Para Santa Teresa, este é o segredo da verdadeira meditação. É preciso, diz ela, saber o que diz e para quem diz, para que seja verdadeira oração. Três perguntas podem ser úteis aqui: "O que diz a Palavra? Para quem é dirigida? O que diz para mim hoje?".

3. Amorosamente: ler com amor, como se a Palavra ou texto fosse dirigido tão somente a nós. Essa personalização da Palavra é fundamental para que possamos ser “tocados” pelo espírito do autor que, quando escreveu, tinha uma finalidade.

Apresento aqui 4 passos simples (da Lectio Divina) para ler e meditar a bíblia:

Antes de iniciar o exercício busque um lugar tranqüilo, onde você possa criar um ambiente calmo e recolhido, com silêncio ou música de fundo, como for melhor;

1.        Leitura: Nesse passo você deve ler, reler, confrontar passagens paralelas; interpretar símbolos, ver personagens; quem fala, como fala, a quem fala, quando fala, onde fala, como agem e reagem as personagens. Nesse passo você deve procurar responder: Que diz o texto?

2.        Meditação: Que valores profundos me evoca o texto? Que sinto ou experimento, como reajo ao ler este texto? Com que relaciono o texto? Existem duas fases, na meditação, a primeira de recolher, juntar, reservar sem preguiça; a segunda de ruminar, digerir tudo o que se recolhe; deixar que as palavras se liguem entre si; criar clima, atenção, calor; preocupar-se para que nada te roube a Palavra... Discernir, confrontar e deixar que as palavras que recolheste, guardaste e observaste, se clarifiquem umas às outras. Feito isto, a Palavra faz o resto. Nesse passo você deve procurar responder: Que me diz o Senhor neste texto?

3.        Oração: Em silêncio, pela palavra, pelo canto, pelo gesto, que digo ao Senhor? Que palavras, canto, silêncio ou gesto me provoca a Palavra que acabei de ler e meditar? Para esse passo busco responder: Que digo eu ao Senhor que me fala neste texto?

4.        Contemplação: Agora é o momento de observar os efeitos dessa palavra sobre você, sobre a sua vida. Responda aqui: Que sinto em mim? Que experiência me é dada viver agora?

Você pode estar se perguntando: mas por onde devo começar a leitura? que livro ler primeiro? devo ler o Antigo ou o Novo Testamento? Bem, há muitos livros católicos com sugestões de leituras, mas uma opção bem eficaz e tradicional é a Liturgia Diária, ela traz as leituras que em cada dia a Igreja medita na Liturgia Eucarística.

Regra de ouro: Ler a Bíblia todos os dias. “Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita sua lei dia e noite” (Salmo 1, 2). Ler todos os dias sem exceção. Ler quando estiver com vontade, quando sentir falta, mas também quando não estiver com vontade nenhuma. Assim como você alimenta o corpo todos os dias, deve também alimentar diariamente o seu espírito com a Palavra de Deus.

Inclua a leitura da Bíblia no seu dia-a-dia, reze com ela e descubra as maravilhas que Deus deseja lhe contar.

25 de Dezembro de 2010
 

O Mistério do Natal

       «Um menino nos nasceu, um filho nos foi dado» (Is 9,5) Renova-se hoje o mistério do Natal: Este Menino, que traz a salvação ao mundo, nasce também para os homens da nossa época; nasce, portanto, paz e alegria para todos.Comovidos, nos aproximamos do presépio, para encontrar, junto com Maria, o Desejado de todos os povos, o Redentor do homem. Com Maria contemplamos o rosto de Cristo: naquela Criança, envolvida em panos e recostada na manjedoura, é Deus que vem-nos visitar para guiar nossos passos no caminho da paz.

       Natal é um grande mistério de alegria! Os Anjos cantaram: «Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por ele» (Lc 2,14). Os pastores descreveram o acontecimento como «uma grande alegria para todos os povos» (Lc 2,10). Alegria, apesar de se estar distante de sua casa, apesar da pobreza do estábulo, da indiferença do povo, da opressão do poder, alegria apesar de tudo, porque «hoje nasceu um salvador» (Lc 2,11). Da mesma alegria participa toda a Igreja, perpassada pela luz do Filho de Deus. As trevas nunca poderão apagá-las.

Mistério de amor. Amor do Pai, que enviou ao mundo para doar-nos a sua mesma vida. Amor do Deus conosco, o Emanuel, vindo à terra para morrer na Cruz. No frio tapiri, envolvida no silêncio, a Virgem Mãe, com o coração aflito, já sente o Calvário. Será uma luta dramática entre a morte e a vida, entre o ódio e o amor. O Príncipe da paz, nascido hoje em Belém, dará a sua vida para que na terra reine o amor.

Mistério de paz. Os crentes de todas as religiões, junto aos homens de boa vontade, acabando toda forma de intolerância e discriminação, somos chamados a construir a paz, para freiar de uma vez toda a violência em todas as partes do mundo, principalmente onde crises políticas, econômicas e sociais perturbam a serenidade de muitas famílias e nações.

Mistério do Verbo encarnado. Junto a Vós, ó Virgem Mãe, ficamos a pensar diante da manjedoura donde está o Menino, para partilhar do vosso mesmo assombro diante da grandeza que é Deus. Dai-nos vossos olhos, ó Maria, para entender o mistério que se esconde nesta frágil criança. Ensinai-nos a reconhecer a sua face nas crianças de todas as raças e culturas. Ajudai-nos a sermos testemunhas da sua mensagem de paz e de amor, para que também os homens e as mulheres da nossa época saibam reconhecer no Menino que está nos vossos braços o único Salvador do mundo, que é fonte inesgotável da paz verdadeira que anseia todo o nosso coração.

Frei Paulo Silva Santos

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26 de Novembro de 2010

"O povo que andava em trevas viu grande luz…"

A palavra "advento" significa "vinda, chegada". O período do Advento abrange os quatro últimos domingos antes do Natal, que dão início ao ano litúrgico. Ele sempre começa no Primeiro Domingo do Advento e se estende até o fim de novembro do ano seguinte com a Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo.

Advento é um tempo de alegria antecipada, de espera e de preparação

O tempo da alegria antecipada

Para nós, cristãos, o advento é uma grande alegria. É o nascimento de Jesus! Realmente temos razão para nos alegrar, pois como está escrito no livro do profeta Isaías: "O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz. (9,2). Vivemos também hoje um momento avançado o Advento do Plano de Salvação esperando que a volta de Jesus não demore.

O tempo da espera

O Advento é caracterizado pela espera. No tempo do Advento vivemos em direção ao Natal. Esperamos que o nascimento de Jesus Cristo, que aconteceu há mais de dois mil anos, torne-se tão novo e real para nós que reacenda o nosso espírito. A verdadeira espera sempre tem relação com o desejo de possuir mais do que se tem no momento.

O tempo da preparação

Nestes dias de Advento muitas coisas ainda precisam ser preparadas. De maneira geral, as semanas do Advento deveriam ser dias de meditação e reflexão. Mas acontece justamente o contrário. Realmente é impressionante a intensa atividade antes do Natal. No nosso lar e em nosso local de trabalho, encontramos diversas atividades, trabalhos e coisas que ainda precisam ser feitas. Por que há tanta agitação nestas semanas antes do Natal? A resposta é simples: este é o tempo de preparação, pois na noite do dia 24 tudo deve estar pronto e preparado para festejar o Natal com a família, sem mais correrias.

Também não podemos nos esquecer que vivemos o Advento do Plano de Salvação, ou seja, esperando a segunda vinda de Cristo. Este advento é exigência para cada um de nós, filhos de Deus, pois já é tempo de darmo-nos conta de que ele exige tudo de nós e realmente devemos nos preparar com toda a presteza para a iminente vinda de Jesus Cristo!

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