MISSÃO, s. f. ato de enviar; encargo; obrigação; do latim missione (dic. Globo), mas para nós cristãos missão é sinônimo de anúncio da Boa Nova de Cristo, ou seja, do Reino de Deus.
Essa foi a palavra chave para a nossa paróquia no mês de maio, mês tradicionalmente mariano. Não, não pensem que esquecemos a Nossa Senhora, ao contrário, nós vivemos intensamente esse mês fazendo exatamente o que nossa mãe querida fez. Após conceber Jesus do Espírito Santo e tendo sido informada pelo anjo Gabriel que sua parenta Isabel, já idosa, estava grávida “Maria partiu apressadamente para a região montanhosa, dirigindo-se a uma cidade de Judá” (Lc 1,39) onde Isabel morava. A nossa paróquia encontrou a melhor forma de homenagear Maria: Seguimos o seu exemplo e fomos ao encontro de nossos irmãos.
Aqui na cidade aconteceram as Santas Missões Populares e nas comunidades do rio Içá frei Gino e eu fomos “apressadamente” ao encontro de nossos irmãos ribeirinhos.
Foram 21 dias de muito trabalho, algumas dificuldades e muitas alegrias.
O frei realizou casamentos, batizados, primeira comunhão, crismas e confissões, foi uma verdadeira festa cristã onde tivemos a oportunidade de perceber a carência de nossos irmãos e não apenas a material, mas a carência espiritual também. Quando Jesus disse aos apóstolos “Ide, pois, fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo quanto vos mandei” (Mt 28, 19-20a) eu não tenho dúvida de que Ele já estava pensando no povo do Içá. Foi maravilhoso levar a Boa Nova àquelas famílias.
Os apóstolos no início da Igreja tiveram suas dificuldades para cumprir o mandato de Jesus e nós, mesmo depois de 2000 anos, também tivemos algumas dificuldades.
Muitas Comunidades estavam em baixo d’água. São José uma das comunidades mais próxima da cidade estava completamente alagada. Por conta disso muitos tinham deixado suas casas indo morar na cidade até as águas baixarem, outros estavam preocupados com suas roças correndo para não perderem tudo. Mas apesar de tudo isso a missão foi em frente. Evangelizar oportuna e inoportunamente, diz São Paulo e assim fizemos nós.
A missão também foi uma grande aventura. O frei era tudo: motorista, prático, mecânico, eletricista e ajudante de cozinha e eu... bem eu era ajudante de motorista, de prático, de mecânico, de eletricista e cozinheira chefe.
Passamos por algumas situações engraçadas e outras difíceis.
O frei precisou sair da cabine de comando por alguns instantes e me deixou dirigindo afinal não havia congestionamento, nenhum outro barco por perto, o que poderia dá errado? Foi quando um capinzal apareceu do nada bem na minha frente só para me atrapalhar...
Na comunidade de Itu um tronco de bananeira enroscou na hélice e graças a Deus um morador de lá mergulhou e tirou para nós (pois eu não sei nadar); em São José batemos em uma parabólica (a ajudante não tinha muita agilidade com o varejão), mas não houve nenhum prejuízo (ainda bem) e quando estávamos a caminho da comunidade Monte das Oliveiras o motor começou a ficar superaquecido. Tivemos que parar e depois de quase três horas (ou mais) o frei conseguiu resolver o problema.
Não posso esquecer-me de contar que o tanque do motor de luz estava furado e o diesel vazava rapidamente. Mas como sempre o super frei capuchinho, Gino Alberati, e sua fiel escudeira Hallel, Soledade Souza, conseguiram sanar o problema com um pouco de solda e o “famoso” durepox. Foi um paliativo, mas deu para o motor voltar a funcionar.
É claro que a missão foi muito mais do que tudo isso que falei, não dá para colocar no papel o que o amor de Deus realizou e ainda irá realizar em todas as comunidades visitadas, pois nós lançamos as sementes, mas é o Senhor quem irá fazê-las frutificar.
Avante missionários!
Soledade Souza, Missionária Hallel
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